terça-feira, 11 de novembro de 2014

A PERFORMANCE DO VOCALISTA DO LED ZEPPELIN (GRUPO QUE ACABOU EM 1980)

Robert Plant foi excepcional como vocalista do Led Zeppelin. A sonoridade não seria a mesma sem ele, assim como não seria a mesma coisa sem os outros músicos (Page, Jones e Bonham).

O show de 2007 ficou muito bom mas foi um erro vir sob o título de Led Zeppelin. Afinal, John Bonham não estava lá. Seria um erro sair em "tour" e pior ainda se houvesse um álbum de estúdio com o título de Led Zeppelin.

Robert Plant continua como bom cantor na sua carreira solo. Entretanto, fora a bela voz, o resto ficou bem comprometido com o visível (e cada vez mais constrangedor) incômodo do vocalista com o seu passado com a banda
(ele gosta de afirmar - ironicamente - que foi vocalista de outro grupo - Band of Joy - mas o seu foco nas letras da carreira solo e em suas entrevistas sempre são o Led Zeppelin, o que demonstra, aliás, que ele usa a banda liderada por Jimmy Page para se promover...).

Eu vi o Robert Plant três vezes ao vivo aqui no Brasil. Não arrebento. Ele estava na fase de retomar o passado glorioso do Led Zeppelin, o que eu achava razoável (apesar das suas ironias, em entrevistas, com John Paul Jones).

Hoje, sinceramente, não sei se teria interesse em ver um show solo do Robert Plant e ter que ouvir, entre uma música e outra, a sua ironia (coitado... ele jura que possui o velho dom de antigos ingleses para o humor) contra o Zeppelin - mesmo sabendo que ele estaria usando o grupo (inclusive naquele exato momento) para se promover.

Enfim, na crítica do New York Times sobre o seu novo show aparece:

“A letra de ‘Turn It Up’ inclui um aceno para a sua imagem fixa na cultura pop – ‘A estrada continua a mesma’, ele ‘ronrona’, ironicamente, jogando no título de um hino do Led Zeppelin e também parece reconhecer os perigos de fazer isso na medida em que o Sr. Plant continua a fazer manchetes por recusar uma reunião com a sua antiga banda. Trata-se de um subtexto inquieto na música e funciona como uma demonstração de autoconsciência.”*

O crítico, Nate Chinen, não deve ser um grande conhecedor da trajetória do Led Zeppelin e deve ainda desconhecer os conceitos básicos da psicanálise.

Apesar do título óbvio do artigo (o que já demonstraria a fragilidade do Robert Plant nos dias atuais, afinal, o Led Zeppelin acabou em 1980!!) – “Buscando o novo, ainda o balanço do seu passado”, Nate Chinen mostra-se contido ao falar do vocalista.

Com um pouco mais de informação, ele poderia ser um pouco ousado quanto ao “subtexto inquieto” na música de Robert Plant.

(*) Nate Chinen. Seeking Out the New, Still Rocking His Past. The New York Times. Sept. 26, 2014. http://www.nytimes.com/2014/09/27/arts/music/robert-plant-with-led-zeppelin-hits-and-more.html?_r=0

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