domingo, 2 de novembro de 2014

Gerações

Certas pessoas mais velhas que bebem bastante lidam com aquilo que chamam de “ressaca moral”. O mal estar do dia seguinte é pequeno diante da falta de memória causada pelo excesso de álcool. Não saber o que fez na noite anterior parece ser a pior das punições.
Eu saio eventualmente. Tento ficar invisível (nem sempre consigo). Fumo uns charutos, bebo umas cervejas, cumprimento educadamente as pessoas e evito “esticar” as conversas (com amigos ou desconhecidos).
Na manhã seguinte, penso se não errei, se não fui indelicado em algum momento e coisas do gênero.
Então, diante das minhas preocupações, fui ver como as outras pessoas lidariam com “o dia seguinte”.
Li (nas redes sociais) depoimentos de jovens e belas garotas que, no auge da balada, foram presas. Elas relatam o fato com naturalidade. Mas a surpresa veio depois: após serem liberadas, as meninas estavam procurando informações de alguns rapazes que conheceram na delegacia naquela mesma noite. Paquera? Naturalidade?
Não julgo. São visões diferentes de gerações diferentes. Entretanto, existem indícios de algo equivocado no fato de estar preso e procurar no espaço da delegacia, naquela noite, “o amor de sua vida”.

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