domingo, 30 de novembro de 2014

programa de auditório

Não existe, de fato, “um padrão FIFA” para a produção de imagem e de vídeo para a televisão no mundo. Os povos e os criadores adotam estilos específicos de acordo com a “cultura” de cada país.
Os brasileiros insistem em copiar, no geral, aquele estilo de programa de auditório da televisão italiana, aquela coisa bem exagerada (e falsa). Essa é a minha impressão (pelo menos).
Não vejo Faustão ou coisas do gênero. Vejo os comerciais avisando o que de melhor seria apresentado em tais programas (o que já é motivo de um certo, digamos, constrangimento).
O modelo parece ser o mesmo do Chacrinha: cores fortes, bordões, mulheres seminuas, imagens dos outros em situações ridículas e assim por diante.
Quando eu via o Chacrinha, eu gostava das mulheres seminuas (para época, claro, atualmente as mulheres andam com muito menos roupas no cotidiano).
No período do Chacrinha, obviamente, era a ditadura militar, tudo era censurado. Não podia mostrar nudez total nem em filme estrangeiro. Quem viu Laranja Mecânica no cinema (com certeza) lembra daquela bolinha preta que os censores inventaram para perseguir a “perseguida” (“sorry...”) da personagem.
O programa do Chacrinha era horrível, as músicas eram péssimas e os jurados eram uns malucos. Em uma entrevista (na revista Playboy), a atriz Vera Fischer confessou que fez sexo com o diretor do programa do Flávio Cavalcanti para poder ser jurada no auditório.
Parece (quase) justificável pensar que tudo aquilo acontecia na época de uma ditadura militar.
Agora... o que justificaria a existência de um programa de auditório hoje, no século XXI?
Para piorar, ainda existem as novelas e inventaram os “reality shows”.
É... definitivamente não sou deste planeta.

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