sábado, 15 de novembro de 2014

CAMINHADAS

As madrugadas eram ideais para as minhas caminhadas. Sem o calor forte do dia, sem as multidões apressadas. Tudo era perfeito demais. Além do mais, no meu “itinerário”, havia bares. Conhecia todos. Conhecia os donos e o tipo da clientela (evito conversar). Era óbvio, agradável, fácil e saudável.
Ultimamente, porém, os problemas apareceram. Não consigo caminhar por duas ou três quadras sem ser incomodado por um rapaz qualquer. Quer dinheiro, o tal do “um real” ou quer cigarro ou qualquer outra coisa. Dá a impressão que ele precisa “tirar algo” para ele.
Acontecer uma vez, OK. Duas, parece algo normal. Entretanto, quando vira algo bastante comum, perde a graça.
É um fenômeno interessante. Primeiro, te chamam: “ou”, “brother”, “amigo”, “doutor”, “parceiro” ou qualquer outra palavra que faça você dar atenção ao sujeito.
Eu tenho uma metodologia simples: na rua, se quiser a minha atenção, precisa chamar pelo meu nome. Caso contrário, esquece, não olho, não dou atenção e continuo a minha caminhada.
Aqui aparece a segunda parte do fenômeno. Se antes o sujeito teria sido gentil – “o doutor” -, na medida em que não aparece a resposta, a cordialidade torna-se rapidamente em agressividade: “filho da puta, eu odeio esse povo de Uberlândia” (essa eu ouvi no último domingo de madrugada).
O que era (basicamente) um prazer – caminhar pelas ruas vazias da cidade e, eventualmente, “descansar” num bar ou em outro ou em todos – tornou-se uma coisa chata.
Preciso pensar em outra alternativa para a minha atividade física cotidiana.
(*) O clube pode ser uma opção (desde que seja longe da academia). O shopping center é uma ideia horrível porque a minha intenção é “caminhar de bar em bar” e não de loja em loja vendo aquelas caras esnobes e “maravilhosas” dos vendedores deste tipo de estabelecimento.
© profelipe ™

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