sexta-feira, 15 de julho de 2011

VOCÊ E O OUTRO

Analisar sinceramente o outro é algo constrangedor. Psiquiatras e psicoterapeutas devem saber fugir da armadilha, na medida em que dependem financeiramente dos pacientes para sobreviver.

Penso em duas cenas. Na primeira, no filme "O Silêncio dos Inocentes", Dr. Lecter, irritado com o fato de o F.B.I. ter enviado uma estagiária para conversar com ele, simplesmente arrasa a moça a partir da observação das roupas e do comportamento dela.

Na segunda cena, no primeiro episódio de "Californication", Hank, irritado com uma mulher que os amigos convidaram para o restaurante, sem o seu consentimento, também a analisa sinceramente, o que a faz abandonar o lugar, enfurecida.

Sempre digo que não quero saber o que o outro pensa de mim. No caso das mulheres, não adianta avisá-las, pois elas falarão o que acham, de qualquer maneira...

Da minha parte, evito falar o que realmente penso de alguém. Portanto, tento ser educado. Mesmo quando sou provocado, evito tal situação. Como dizia uma personagem na televisão: "as palavras podem machucar".

De fato, evito até prestar muita atenção em alguém. Não me interessa. Na época que dava aulas, costumava dizer aos meus alunos: "se alguém quiser a minha atenção, vai ter e isso não é necessariamente uma notícia boa".

Este descuido causa problemas. Eu admito. Mas prefiro assim. Algumas pessoas, principalmente aquelas que se acham superiores, são óbvias demais e muito traumatizadas para despertar o meu interesse. Prefiro não me envolver com elas, porque também, como qualquer indivíduo, tenho um lado irônico, para não dizer agressivo, que é melhor não ser despertado.

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