domingo, 5 de junho de 2011

FICANTES, CALOURAS & BALZAQUIANAS*

* Este texto foi publicado anteriormente, com outro título, em: http://profelipe.weebly.com/ 
No primeiro episódio de "Sex and the City", a personagem Miranda conta uma história: "eu tenho uma amiga que só saía com homens bonitos e só se divertia.Um dia, acordou e já tinha 41 anos. Ninguém queria mais saber dela. Teve um ataque, não conseguiu mais trabalhar e voltou para o Wisconsin para viver com a mãe. Confie em mim, isto não aflige os homens."
Realmente, esse tipo de história não comove os homens, porque, por princípio, todos foram educados para querer sempre a "próxima" ou a "outra" mulher. Somente em casos extremos, ele "repete" a garota - como no fim de uma festa em que ele não conseguiu ficar com alguém interessante. Uma ex-namorada parece-lhe um caminho garantido, afinal, ele já conhece o "mapa da mina" (péssimo trocadilho, por sinal).
O que acontece com as mulheres? Elas não confiam nas amigas e, de fato, não acreditam nos homens. Elas querem acreditar, são formadas para isso. Entretanto, diante da realidade, elas fingem que acreditam por não terem alternativas ou por terem medo de ficar sozinhas.
O problema está na fase em que elas deixam de ser crianças em tornam-se moças (termo antigo esse). Dos 15 aos 21 anos, elas vivem a melhor fase: são desejadas, cobiçadas, descobrem o poder da sedução e, naturalmente, acreditam que aquilo durará para sempre. As cantadas dos homens reforçam esse mito. 
Lindas, novas, magras - assim, elas entram na faculdade. Aqui, elas escolhem dois caminhos: 1) apaixonam-se por um colega, formam, casam, têm filhos e depois divorciam ou 2) ficam solteiras e aproveitam tudo que essa fase oferece: "ficantes", festas, bebidas, drogas e sexo, muito sexo. As que escolhem o segundo caminho, no fim da faculdade, começam a enfrentar alguns dilemas: as amigas têm filhos, outras casam e elas não apresentam o charme das "calouras" - se consideram velhas diante de uma realidade com meninas cada vez mais novas, bonitas e dispostas a viver aventuras. É um duro golpe na auto-estima.
Depois da formatura, pode vir o pior: voltar a morar com os pais (se a faculdade era em outra cidade) ou continuar morando na casa dos pais, depois de ter vivido tantas experiências... Sair de casa e morar em "repúblicas" passa a sensação de não ter saído da universidade.
Morar sozinha não é fácil: é caro, os pais podem não concordar e ainda existe a solidão. A solução seria casar, mas... como? Depois de formada, com 25 anos, onde acharia um pretendente, mais velho, trabalhador e cujo sonho seria o casamento? Esse homem não existe. Depois dessa idade, formados ou não, mas com carros e melhores salários, os homens querem se divertir e isso pode significar tudo exceto compromisso.
Após essa faixa etária, as mulheres percebem que não são mais o foco de atenção das festas. Se antes dos 21 anos, elas faziam piadas das mais velhas, de suas rugas e de suas roupas, que "não seriam adequadas para pessoas daquela idade", agora, elas tornaram-se aquilo que ridicularizavam. Pior, elas sabem disto. Por isso, bebem mais. No entanto, rapidamente, descobrem que a ilusão criada pelo álcool tem limite. Por isso, é tão comum, no final da noite, encontrar mulheres em prantos, querendo entender o que aconteceu com a vida delas. A resposta é simples: o tempo passou. 
Lidar com esse fato quando viveu uma infância e uma adolescência achando que era uma verdadeira princesa e que só faltava encontrar a sua "cara metade" para ser feliz para sempre... Bom, neste caso, a crise pode ser mais séria e a solução, se existir, poderá estar mais distante do que ela gostaria.

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