quarta-feira, 22 de junho de 2011

AMOR & MORTE

Até a década de 1970, no Brasil, um marido tentava usar o "amor" para justificar o assassinato da esposa. Em muitos casos, o que ocorria era excesso de ciúmes. Predominava ainda uma mentalidade machista.
Em 2011, em relação aos crimes passionais, 10 mulheres são assassinadas por dia no país, sendo 25% por motivos banais, ou seja, "os crimes não foram planejados." (Bom Dia Brasil, 22/06/2011).
O que acontece? Primeiro, aquela mentalidade machista não acabou. Novos direitos e as delegacias das mulheres não conseguem deter a fúria de namorados e maridos rejeitados. Segundo, as mulheres, sobretudo as mais jovens, trabalham e participam mais da vida noturna. Isso possibilita o contato com outros indivíduos, o que pode levá-las a questionar os seus relacionamentos. É comum, por exemplo, a oposição de maridos quanto às iniciativas das esposas no que diz respeito à realização de um curso superior. Trata-se simplesmente do "medo da concorrência".
O problema, basicamente, seria: como prever tal situação? Como saber que um pretendente é um assassino em potencial? É raro, mas os homens podem ser vítimas também (o filme "Atração Fatal" mostrou os riscos).
O indivíduo revela traços da sua personalidade através de sinais, como irritação exagerada e mesmo gritos simplesmente porque a outra pessoa não concordou com o seu ponto de pista em relação a um tema corriqueiro, como futebol, por exemplo. A questão é que, na paquera, todos tendem a esconder os defeitos e a não querer perceber os riscos que podem representar o futuro relacionamento. A conseqüência é que, depois de meses de namoro, pode chegar uma hora que o término da relação seja algo problemático.
Por que adiar a decisão? Por que não recusar antes o que será um desgaste no futuro? O motivo está em priorizar o presente, ou seja, muitos estão dispostos a quase tudo para não permanecerem sozinhos. O medo da solidão faz com que a pessoa acredite que poderá mudar o outro. Ela se recusa a ver os defeitos do outro. Se for alertada por um amigo, é mais fácil ele perder a amizade desde que ela continue o relacionamento.
Portanto, cada um é responsável pelo que escolhe. Existem vários fatores que devem ser considerados - sedução, mentira, manipulação, entre outros -, mas, no final, quem decide é a pessoa e será ela que viverá as conseqüências, algumas vezes desastrosas, desta escolha. Nesta perspectiva, a vítima pode não deixar de ser vítima, mas coube a ela alguma responsabilidade por ter entrado naquela situação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.