terça-feira, 7 de junho de 2011

MACHISMO E FEMINISMO

Freud estava certo em destacar a infância na formação de um indivíduo. Está tudo lá. Gravado na nossa mente. Na maioria das vezes, de maneira inconsciente, claro. Será por que é tão difícil admitir o óbvio?
Namorei mulheres mais velhas. O que eu queria? Conscientemente, era aprender. Namorei garotas mais novas, bem mais novas. O que elas queriam? Aprender ou "queimar etapas"? Seria só o amor por uma pessoa mais velha (afinal, "ninguém manda no coração")? Ou haveria problemas com a tal figura paterna?
Eu sou uma pessoa que gosta de agradar os outros, sobretudo as namoradas. Tem a ver com a minha infância e o machismo que colocava a mulher num segundo plano enquanto o homem se achava no direito de ter quase tudo, inclusive várias mulheres além da própria esposa. 
No Brasil, este tipo de pensamento durou até a década de 1970. Era considerado "normal". Vendo o mundo, por exemplo, na perspectiva da minha mãe, quando eu era criança, claro que não podia aceitar essa visão. 
Na vida adulta, tentei ser o contrário: daria todo o poder para as mulheres. Não seria machista. Na faculdade, li livros de autoras feministas. Gostei das idéias de Rosie Marie Muraro na época. Na TV, o seriado Malu Mulher fazia sucesso. Para mim, as coisas faziam mais sentido. A Martha Suplicy era uma das principais defensoras do feminismo no Brasil. 
Após décadas, vemos atualmente quem é a Suplicy, a sua arrogância e a sua omissão no que diz respeito aos erros do seu partido político. O feminismo "exagerado" foi desmistificado, no Brasil e em outros países. Não seria a opção adequada diante de outro erro, o machismo.
Hoje, no mundo ocidental, ninguém leva muito a sério nem o machismo nem o feminismo. Existem direitos básicos dos indivíduos que devem ser respeitados e pronto. O problema tornou-se mais específico, ou seja, de cada relação, de cada casal. Os valores sociais ainda influenciam e alguns temas, como o casamento, permanecem. 
Na prática, contudo, as mulheres, nas relações amorosas, têm o mesmo poder que os homens. Isso é fato, apesar de muitos ainda desejarem uma "Amélia" - mulher objeto, na visão machista. Homens e mulheres, principalmente os mais jovens, querem tudo e acreditam que podem usar todos os meios - mentira, sedução, dinheiro, poder, entre outros - para realizar os seus objetivos. Não leram "O Príncipe", mas são maquiavélicos. Não leram Freud e muitos nunca fizeram terapia. São narcisistas, egoístas e consumistas. Esses adjetivos são aceitos como "normais" na sociedade atual. 
Valores como ética e solidariedade são vistos e mostrados como irreais ou usados como mecanismos em relações de poder. A conseqüência é o cinismo. Todos fingem que acreditam em todos, enquanto os reais interesses não aparecem nas relações. Tudo virou um jogo. Funciona? Sim, durante algum tempo e em algumas relações. Entretanto, usar tantas "máscaras" pode confundir. De tanto representar vários papéis, o indivíduo começa a ter dificuldade de saber quem ele realmente é. Mais grave, o jogo, depois de algumas fases, fica repetitivo e cansa. As pessoas cansam de você também. O resultado é a crise. A resposta seria ser diferente... mas como? Você e seus pares sempre agiram assim. Neste ponto, o indivíduo percebe que a crise é mais séria... ou não. Muitos preferem colocar a culpa nos outros e evitar a auto-crítica. Pode ser. No entanto, o problema permanece e como um fantasma insiste em "passear" pelos seus pensamentos e pelos seus sonhos.   

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