domingo, 26 de junho de 2011

SONHOS

Alguns neurocientistas dizem que os sonhos funcionam como um organizador do cérebro. Eu costumava dizer para a minha psicoterapeuta que acabava que os sonhos seriam como um mapeamento do cotidiano (com raízes no passado).
Na verdade, os sonhos representam a arena de conflito entre os saberes consciente e inconsciente. Em suma, os sonhos oferecem dicas. Elas podem ser certas ou erradas. Podem ser aceitas ou não pelo indivíduo. Mas são instrumentos que ajudam a melhorar a vida. Para isso, claro, é necessário lembrar do conteúdo dos sonhos.
O ser humano passa um terço da vida dormindo. Como desprezar esse tempo? Como não "viver" esse tempo? Para muitos, a vida parece ser mais perigosa nos sonhos, na medida em que não existe a censura do superego. Bobagem. Se o sonho representa o reino da liberdade, deve mais é ser aproveitado e entendido em sua própria dimensão, afinal, sonho não é realidade.
É razoável gastar o tempo com o sonho e a realidade. Vale lembrar uma citação de Freud:
  "A 'precondição essencial' do sono é facilmente reconhecida na criança. As crianças dormem enquanto não são atormentadas por nenhuma necessidade [física] ou estímulo externo (pela fome ou pela sensação de frio causada pela urina). Elas adormecem depois de serem satisfeitas (no seio). Os adultos também adormecem com facilidade 'post coenam e coitum' [depois da refeição e da cópula]."  (FREUD, Processos Primários - o Sono e os Sonhos)
Sono e realidade são processos essenciais ao desenvolvimento do ser humano. O problemático é a fantasia. Trocar a fantasia pela realidade é complicado. É uma escolha arriscada, que normalmente termina em arrependimento de não ter feito algo "naquele tempo". Em outras palavras, a alienação nunca é a resposta. Cedo ou tarde, o castelo de cartas desaba.

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