segunda-feira, 13 de junho de 2011

A DOR DA SOLIDÃO

Existe um tipo de mal-estar que não pode ser resolvido com remédios nem com terapias. Muitas pessoas fazem vários exames e os médicos não identificam a causa. Teoricamente, está tudo bem com aquele indivíduo. No entanto, o incômodo permanece.

Alguns tentam fugir, inventam um obsessão qualquer e acreditam que, assim, não sentiriam mais aquela dor. Uma alternativa comum é escolher o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Por um momento, pelo menos, existe a sensação de bem-estar, mas, posteriormente, vem a ressaca e aquela dor ainda está lá. Seria a dor da solidão? 

Como diria o poeta, "é impossível ser feliz sozinho." Em outras palavras, existem emoções que só podem ser plenamente satisfeitas com a intervenção do outro. Freud esclarece: 

"A experiência demonstra que, aqui, a primeira via a ser seguida é a que conduz a 'alteração interna' (expressão das emoções, gritos inervação vascular). Mas, como já explicamos no início (...), nenhuma descarga pode produzir resultado aliviante, visto que o estímulo endógeno continua a ser recebido (...). 

Nesse caso, o estimo só é passível de ser abolido por meio de uma intervenção (...) e uma intervenção dessa ordem requer a alteração no mundo externo (fornecimento de víveres, aproximação do objeto sexual), que, como 'ação específica', só pode ser promovida de determinas maneiras. 

O organismo humano é, a princípio, incapaz de promover essa ação específica. Ela se efetua por 'ajuda alheia', quando a atenção de uma pessoa experiente é voltada para um estado infantil por descarga através da via de alteração interna."

Em suma, é difícil admitir que o outro é necessário. É desagradável perceber que aquela fuga não passou de uma ilusão e que o problema permaneceu. Tentar ser feliz com alguém é admitir uma relação conflituosa. Mas, existe outra solução?

2 comentários:

  1. Parabéns pelos posts, gostei muito do blog. Não entendo como ninguém comenta. Excelente reflexão.

    David de Souza, Manaus - AM

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  2. David de Souza,

    obrigado pelos comentários.

    abraços,

    profelipe.

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