domingo, 12 de junho de 2011

"NÃO FUI COM A SUA CARA"


Uma vez, uma professora comentou que estava no carro, no estacionamento de um supermercado, quando ouviu alguém comentar que ela seria um travesti. Passei por algo pior. Do nada, um travesti gordo, com uma maquiagem exagerada e num vestido branco, olhou para mim e falou: "você é muito feio". São situações inesperadas. A minha professora não era travesti. Ela era linda e com um corpo fantástico. No caso do meu excesso de feiúra, existe controvérsia... ou, pelo menos, tento acreditar nisso.
A questão, claro, é outra. Independente de ser (ou não) travesti e feio, o problema é o que levaria alguém a fazer tal afirmação? São pessoas desconhecidas fazendo comentários de pessoas que nunca viram na vida.
O indivíduo só por existir e ser do jeito que é, obviamente, gera incômodos nos outros. Daí, pode ser agredido com palavras ou até fisicamente. Trata-se do famoso "não fui com a sua cara". Em outras palavras, existe gente que sai para os lugares para ofender gratuitamente os outros e arrumar confusão. Isso é comum no trânsito. O marido chifrado, por exemplo, busca vingança falando palavrões para o motoqueiro.
Uma pessoa que ofende um desconhecido demonstra não só uma falha de caráter, mas revela insegurança e um mal estar com a sua própria existência. Agredir, beber em excesso, tomar drogas, nada disto, porém, será capaz de preencher aquele vazio. Não adianta correr... tentar fugir de si... afinal, você termina sempre onde começou: em você mesmo. Se você não se suporta e é covarde diante do suicídio, seria razoável, antes de envolver os outros em sua loucura, procurar ajuda com um psicoterapeuta ou com um psiquiatra. Se isso não for feito, de qualquer maneira, o fim de gente assim é o presídio ou o hospício. 

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