domingo, 5 de junho de 2011

SOLIDÃO

Diferente do que muitos pensam, a solidão não é um mal. Muitas pessoas escolhem o isolamento, como a brasileira que viaja sozinha e atravessou o oceano atlântico no seu barco - mostrada no  programa "Globo Repórter" (03/06/2011).
Alguns intelectuais e artistas escolhem o silêncio e o isolamento. Existe uma música de Simon & Garfunkel que diz "existem os livros" para proteger o indivíduo. Essa é a teoria de Gore Vidal que afirma que "nunca sentiu solidão pois sempre teve a companhia dele mesmo e de seus livros." 
Não existe uma regra geral quanto ao isolamento. Torna-se um problema quando a solidão não é resultado de uma escolha da pessoa. Nesse caso, o que acontece é uma exclusão.
O indivíduo, no geral, teme não ser aceito pelos outros. Assim, se sujeita a várias coisas para manter um contato social, seja casamento, namoro ou amizade. No entanto, esse contato não garante a felicidade. Pode ocorrer o contrário, como um cotidiano de humilhações e agressões. No meio de tudo isso e de tantas pessoas, ele ainda pode se sentir sozinho.
rejeição causa dor mágoa. Os sentimentos negativos podem afetar o corpo da pessoa. Isso é conhecido desde o século XIX, quando  Jean Martin Charcot percebeu a dificuldade de tratar sintomas associados às mulheres histéricas. Na época, "os neurologistas buscavam [explicá-los] com base em alguma causa orgânicasem sucesso. Faziam exames neurológicos e não encontravam nada,nenhum indício de deficiência mental." (Luiz T. O. Lima, Freud - Folha Explica,  p. 15) 
Aliás, foi a partir do trabalho com Charcot que Freud chegou no método da psicanálise. Desabafar é bom. Falar ajuda. Portanto, muitos recorrem ao processo psicoterápico.
Existe um sentimento que incomoda tanto os solitários como aqueles que vivem rodeados de amigos e familiares. Trata-se do medo. Isso gera doenças. Mas... medo do quê? Medo de se conhecer? Medo do passado? Medo do futuro? Medo da morte? Medo da rejeição? Enfim, medo da solidão?
Identificar o medo não resolve o problema. É necessário conhecer a causa e isso só é possível recorrendo ao próprio passado do indivíduo. Não lembrar do que acontece e não lembrar dos sonhos podem ser um sinal de fuga, de medo. A alienação complica o processo, causando a falta de apetite e a insônia, e o resultado pode tornar-se algo mais grave e levar, por exemplo, a um ataque do coração.
Viver sozinho é complicado. Viver com o outro também não é fácil. Fingir que não existe problema é uma forma de agravar a situação. O melhor é assumir que não existe perfeição e nem respostas absolutas. Assumir os seus desejos e não depender tanto dos outros para ser feliz podem ser alternativasCada caso é diferente. Construir o seu caminho, do seu jeito, com erros e acertos, pode ser a melhor saída.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.